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Delivery mantém em alta venda de caminhões

Em vários segmentos, as frotas de veículos são importantes recursos para as empresas. A edição mais recente do informe Transporte em Movimento, da CNT (Confederação Nacional do Transporte), indica que as mudanças nos padrões de mobilidade urbana, o fortalecimento das cadeias de suprimento globais e do consumo digital estão contribuindo para o desenvolvimento do setor, com potencial mais colaborativo.

No âmbito do e-commerce, em função do aumento do número de compras online, as empresas de logística estão operando em ritmo acelerado, comparável ao de períodos como a Black Friday. Nessa linha, para minimizar o impacto do aumento da demanda no tempo de entrega, algumas empresas incrementaram a quantidade de entregadores, e houve uma ampliação da corrida pela chamada last mile – que, em uma cadeia logística, é quando a mercadoria chega ao consumidor final.

Tudo isso tem seu reflexo no segmento de veículos. Com sede em Salvador, a LM Frotas atua na terceirização de frotas corporativas, além de comercialização de veículos seminovos, locação de carros para motoristas de aplicativo e carros por assinatura. É uma das maiores do país no segmento.

O impacto da pandemia sobre a empresa foi marginal, já que a LM Frotas tem 90% de sua receita proveniente da terceirização de frotas corporativas, com contratos de longo prazo com grandes empresas de vários segmentos. “Tivemos uma redução da demanda dos motoristas de aplicativo, mas já sentimos recuperação forte desse setor. Com relação à venda de seminovos, o mês de abril teve o resultado abaixo das expectativas, mas ficamos surpreendidos com a rápida recuperação das vendas, voltando à normalidade já no mês de junho”, explica Ricardo Soeiro, diretor-presidente da LM Frotas.

Hoje, a frota conta com mais de 29 mil veículos, sendo 1.200 caminhões e está entre as quatro maiores locadoras do Brasil. “Para 2020, nossa perspectiva é finalizar o ano sem grandes alterações no tamanho total da nossa frota, já que os planos de ampliação ou substituição da frota de alguns clientes foram postergados por conta de todos os impactos sentidos em decorrência da pandemia”, diz Soeiro.

Pelo volume e valor, os veículos leves de motorização 1.0 são os mais solicitados pelas empresas em geral. “Porém a escolha final de modelo e marca do veículo está ligada diretamente à necessidade de cada cliente, que varia pelo tipo de cada operação. Muitos dos nossos clientes demandam veículos pesados ou adaptados para atendimentos específicos, como transporte de cargas especiais, de gás etc. Outros querem frota de veículos leves, onde os modelos econômicos são os mais utilizados”, conta o diretor-presidente. A empresa atende grandes varejistas nacionais, indústrias e empresas de vários segmentos. O cenário ainda é de muita volatilidade, mas, apesar disso, a atividade de terceirização de frotas tem se mostrado resiliente nos períodos de crise.

No caso das locadoras, o desafio será perceber e interpretar as mudanças de hábito, que estão em curso, e adequar a oferta de produtos e serviços às necessidades dos clientes. “Estamos atentos às transformações do setor e acreditamos que o investimento em tecnologia e em pessoas é o caminho para potencializar a inovação dentro da empresa e em colaboração com os nossos parceiros”, conclui Soeiro.

Turismo com retomada lenta

Do segmento de varejo, o Grupo Pão de Açúcar informa por meio de nota que diversificou o modelo de transporte e entrega para as compras realizadas pelos sites do Pão de Açúcar e Extra na Bahia e passou a fazer esse processo de forma híbrida, com frota própria e em parceria com a startup Eu Entrego.

Enquanto os segmentos de frotas para empresas e locações segue em ritmo de espera, o de turismo mantém o pé no freio. Aos poucos, a Brisasol Turismo, que atua há 29 anos em Salvador, retoma os negócios. Ainda assim, contou com a sorte. “Eu estava com a aquisição final de mais dois micro-ônibus para a empresa, em fevereiro, e, com a pandemia, suspendi”, explica Rogério Ribeiro Pereira, agente de viagens e operador de turismo, que detém as marcas BSTBus, BST Operadora e Brisasol Turismo e que possui um micro-ônibus Eurobus. “A retomada no turismo vai ser lenta”, comenta. Cada veículo custa em torno de R$ 400 mil.

Pereira está colocando em prática um projeto de regionalização do turismo que desenhou há dois anos. O Caminhando pela Bahia prevê viagens pelo estado em 13 zonas turísticas. “Devemos voltar a abrir em setembro ou outubro, pois estou cauteloso”, diz o empresário. “Meu projeto prevê o incremento do turismo regional e a aquisição de dez micro-ônibus, mas primeiro temos que nos recuperar, porque estamos há quase 150 dias sem receita. Somos baianos, especialistas em hospitalidade e sabemos receber bem os turistas”, afirma Pereira, que ainda é conselheiro da Abav Bahia e diretor do Sindetur.

Bravo Caminhões e Ônibus

Enquanto alguns empresários estão cautelosos, as vendas de comerciais seguem em ritmo mais aquecido nos segmentos de alimentos, cosméticos, farmácias, eletricitários, transportadoras e minimercados. “Nos últimos três meses, a categoria mais urbana de veículos, como os da família Volkswagen Delivery, está numa curva estável de volume de venda, quando comparada com o mesmo período de 2019, mesmo com a pandemia”, informa Marcelo Silva, diretor comercial da Bravo Caminhões e Ônibus. Líder em vendas de caminhões na Bahia, a Bravo é representante da Volkswagen Caminhões e Ônibus no estado e nos municípios de Muriaé e Ubá, na zona da mata mineira.

As versões mais procuradas são a VW 11.180, 9.170 e Express. O Delivery 11.180 é indicado para entregas urbanas com agilidade, rapidez nos serviços rodoviários de curtas e médias distâncias. O novo Delivery 9.170 é versátil e peso reduzido em 10%, em relação ao seu antecessor. Com diferentes opções de entre-eixos, este caminhão oferece a possibilidade de uma plataforma de carga de até 6,5 m. Já o Delivery Express, que faz parte do segmento de 3,5 toneladas, tem a robustez de caminhão com conforto de automóvel e pode ser guiado com habilitação categoria B.

A concessionária Bravo tem condições competitivas, e neste momento a disponibilidade de produto é um de seus diferenciais. De acordo com Silva, as montadoras estão sem estoque e previsão de entrega. “Nós temos ainda 100 caminhões para comercializar até setembro, englobando vários modelos, além da linha Delivery”, afirma o diretor comercial. Esses volumes estão sendo rapidamente demandados pelo mercado e a fábrica está com muita dificuldade em atender a novos pedidos.

Para os próximos meses a expectativa é positiva. “O mercado está com forte demanda e já estamos negociando caminhões para entregar em outubro e novembro. A pandemia teve um impacto em todos os setores da economia, mas, passado o primeiro momento de adaptação, o mercado começou a reagir e demonstra recuperação. O setor de caminhões é um termômetro para medir esse aquecimento da economia, já que 70% das cargas são transportadas pelas rodovias. Nesse sentido, a frota de caminhões é essencial para essa retomada”, reforça Silva.

Grupo GNC

A recuperação é clara para Clovis Sales, diretor comercial do grupo GNC. “O mercado de varejo pré-pandemia teve em abril e maio uma queda de 70% em relação ao mesmo período de 2019. O segmento de vendas diretas, por sua vez, retraiu um pouco mais, cerca de 78%. Em junho, houve recuperação significativa do varejo, uma inversão, em vez de cair 70% caiu 30%, e no atacado também melhorou, foi de uma redução de 78% para 40%. Em julho, já tivemos uma venda melhor, com 70% do mercado que tínhamos antes. O que era queda tornou-se recuperação”, aponta Sales. Ainda é cedo para perceber mudança no comportamento dos compradores pessoa jurídica. “Os clientes que voltaram a comprar já trabalhavam com compartilhamento de frota há mais tempo, retomaram a compra em junho e julho, e vemos um movimento do pequeno comerciante, o chamado retail. De PcD e CNPJ tivemos uma procura e um crescimento maiores de junho para julho, com alta de 20%, o que é significativo”, diz o diretor do grupo GNC.

Fonte: http://atarde.uol.com.br/autos/noticias/2134772-delivery-mantem-em-alta-venda-de-caminhoes