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Finame volta a ser boa opção para financiamento de caminhões e ônibus

O CDC continua sendo a opção de crédito mais utilizada para compra de caminhões e ônibus, mas o Finame está voltando a ser uma opção mais interessante

O Finame voltou a ganhar força como opção para o financiamento de caminhões e ônibus novos. A participação da linha de crédito do BNDES nos negócios cresceu 10 pontos porcentuais no primeiro semestre de 2020. Passou de 20%, no acumulado de janeiro a junho do ano passado, para 30% nos seis primeiros meses deste ano. Os dados são da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF).

Esse número inclui todas as modalidades de crédito oferecidas no mercado brasileiro. O Crédito Direto ao Consumidor, CDC, continua sendo a opção mais utilizada, mas perdeu 12 pontos percentuais de participação. Passou de 60% no primeiro semestre de 2019 para 48% em igual período deste ano.

O aumento na procura pelo Finame foi puxado pelos cortes na taxa básica de juros, a Selic. Fixada em 2% ao ano, trata-se do menor nível da história. Presidente da ANEF, Paulo Noman, disse ao Estradão que as taxas de juros para CDC e Finame praticamente se igualaram. Com isso, a linha do BNDES voltou a ser atrativa para o consumidor.

“O BNDES vem fazendo uma série de mudanças no Finame que ajudam a explicar o aumento da procura”, diz o executivo. Ele se refere, por exemplo, à maior rapidez no processo de análise para liberação de crédito. O banco também reduziu o número de documentos solicitados ao contrante. Outro destaque é volta dos planos com taxas pré-fixadas. Isso facilita o planejamento financeiro do interessado em obter financiamento.

Se a tendência de alta se mantiver, a ANEF estima que o Finame voltará a ser a opção mais utilizada na compra de caminhões novos. “Em outubro, volta a cobrança de IOF nos contratos de CDC. Isso deverá contribuir para o avanço do Finame”, diz Noman. O imposto não é cobrado nas operações feitas por meio da linha de crédito do BNDES.

Para que o comprador possa utilizar o Finame,  o caminhão e/ou ônibus deve ter índice de nacionalização de, pelo menos, 60%. Atualmente, os contratos prevem liberação de crédito correspondente a até 80% do valor do ativo.

Finame já foi campeão de financiamentos

Taxas de juros baixas e prazos de pagamento maiores. Essas características fizeram com que o Finame fosse a opção de  crédito mais utilizada na compra de caminhões e ônibus no Brasil durante anos. O recorde de procura ocorreu em 2013. Naquele ano, 77% dos veículos do tipo vendidos no País foram adquiridos por meio desse tipo de financiamento.

A procura pelo Finame começou a cair em 2015. Naquele ano, o BNDES aumentou a taxa de juros anual de 6% para 9,5% para operações feitas por grandes empresas. Para pequenas e médias, o salto de 2,5% (de 4,5% para 7%). Além disso, o valor liberado, que era de até 100% do valor do bem, foi reduzido pela metade.

Um ano depois, os recursos do Programa do Sustentação do Investimento (PSI) incorporados ao Finame foram extintos.O PSI havia sido criado em 2009 para ajudar a movimentar a economia. O programa chegou a oferecer 100% de subsídio em 2014, período no qual o Brasil enfrentou forte recessão econômica.

Atualmente, 48% das vendas de caminhões e ônibus são feitas com financiamento por meio de CDC. Em seguida está o Finame, com 30%. O pagamento à vista representa 16% do total de negócios. O consórcio aparece na última posição do ranking, com 4% do total.

Fonte: https://estradao.estadao.com.br/caminhoes/finame-caminhoes-onibus/